LEI MUNICIPAL N° 719, DE 08 DE
OUTUBRO DE 2007
AUTORIZA A
CONSTRUIR UM NÚCLEO DE ESPORTE E LAZER NO MUNICIPIO DE MARECHAL FLORIANO.
O PREFEITO MUNICIPAL DE MARECHAL FLORIANO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a construir um núcleo do esporte e lazer no Município de Marechal Floriano, de acordo com as especificações e plantas constantes do projeto arquitetônico cedido pelo Ministério e do Lazer (anexo 01).
§ 1º O núcleo de esporte e lazer deverá ser dividido em 07 módulos compreendidos por:
- módulos 1 – Quadra poliesportiva
- módulos 2 – Serviços
- módulos 3 – convivência
- módulos 4 – aberto coberto
- módulos 5 – aberto livre
- módulos 6 – campo
- módulos 7 – recreação
- Modulo 8 – Piscina semi-olímpica (comprimento
- Modulo 9 – Pista de atletismo
(anexo I). (Dispositivo incluído pela Lei
Municipal nº 748, de 23 de novembro de 2007)
Art. 2º O Município Poderá firmar convênio com as esferas do Governo Federal e Estadual, para execução desta obra.
Art. 3º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta das dotações próprias do Poder Executivo Municipal.
Art. 4º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 60 dias a partir de sua publicação.
Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 6º Revogam-se às disposições em contrário.
Registre-se, Publique-se e Cumpra-se.
Marechal Floriano, 08 de outubro de 2007
ELIAS KIEFER
PREFEITO MUNICIPAL
Este texto não
substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Marechal
Floriano.
NÚCLEO DO ESPORTE
E LAZER
INTRODUÇÃO
Os benefícios de reunir atividades esportivas,
recreativas, culturais e de lazer num mesmo espaço já são atualmente
reconhecidos não só pelos profissionais especializados, como também elas
próprias comunidades beneficiadas por essa união. A idéia da criação do Núcleo
do Esporte e Lazer se baseia, justamente, nas possibilidades diversas de
aproveitamento de áreas comunitárias, para o desenvolvimento de atividades
diversas distintas (complementares ou não), visando atingir o maior numero
possível de usuários dentro do maior raio de atuação possível.
Assim sendo, a seguir explicitamos as características que nortearam e que foram discutidas a fim de chegarmos em um “modelo” de instalação esportiva-recreativa-cultural que possa melhor traduzir as necessidades latentes e já demandadas pelos usuários das distintas regiões do país. Além disso, detalhamos cada um dos módulos que foram criados, de maneira a poder demonstrar os conceitos e justificativas para s disposição dos espaços, seguindo alguns exemplos de aplicação.
POPULAÇÃO ALVO
O Núcleo do Esporte e Lazer foi pensado em módulos
distintos, cada um com uma área diferente e podendo receber usuários de
atividades variadas e concomitantes. Podemos estimar que uma população de
Os núcleos foram criados e planejados seguindo os seguintes objetivos:
Oferecer instalações e espaços que se adaptem a um grande numero de atividades, incluindo esporte, lazer, eventos culturais, folclóricos, sociais e recreativos;
Permitir que distintas atividades fossem desenvolvidas simultaneamente com espaço suficiente para suportar este uso;
Incorporar acabamentos adequados aos edifícios e soluções de projeto que possibilitem uma manutenção fácil e de baixo custo de operação, ao mesmo tempo não prejudicando a estética e criando ambientes agradáveis;
Permitir um projeto de quadra poliesportiva que permita a sua expansão e divisão interna, caso necessário;
Fornecer salas de múltiplo uso internas, em conjunto com o edifício principal, aumentando as possibilidades de uso dos espaços;
Incentivar as comunidades usuárias a realizarem uma adaptação perfeita a suas necessidades, adequando os espaços a elas e não o oposto;
Permitir o uso por distintas faixas etárias e diferentes níveis de atividades esportivas e de lazer;
Incentivar o usuário a adotar o núcleo como ponto central de convivência social local, atraindo-o para uma gestão participativa e que preserve a integridade dos edifícios, materiais e equipamentos empregados.
A fim de permitir a adaptação local de cada Município
aos princípios básicos descritos pelo programa arquitetônico de cada Núcleo,
procurando dividi-lo em Módulos, de características distintas e que podem ser
dispostos de maneira a se adaptarem tanto às tipologias locais de terreno, como
às necessidades da população usuária em termos de atividades a serem
desenvolvidas. A flexibilidade, modularidade e multifuncionalidade são três
conceitos básicos e que formam base do partido de projeto para os Núcleos de
Esporte e Lazer.
A idéia é permitir que cada local estude o programa básico, os módulos aqui descritos e as recomendações de orientação e de implantação dos edifícios para que, a partir de uma área disponível, possa localmente adaptar o programa e as técnicas e materiais construtivos locais melhor custo-beneficio a serem empregadas. Cada uma das propostas, então será estudada e analisada, devendo seguir os principio aqui descritos para que seja solicitada, sempre com a consultoria da equipe da SNDEL.
Os projetos de centros esportivos e de lazer devem ser pensados de maneira a não somente atender às necessidades locais, como também de se adaptarem ao entorno local, agregando qualidade ao ambiente construído da vizinhança. Edifícios e instalações agradáveis tem alta influencia no desempenho e incentivo dos usuários, sem nenhuma duvida. Assim sendo, o tratamento arquitetônico e construtivo a ser empregado é de extrema importância para cada local. O desempenho dos espaços não deve ser muito enclausurado e aconchegante ao mesmo tempo, reduzindo corredores ao mínimo. Isto torna os acesso a mais fáceis a portadores de deficiências e a usuários novos, além de facilitar a supervisão das atividades pelos coordenadores. Um espaço interior agradável poder ser criado pelo/a:
Uso de materiais apropriados
Uso de acabamentos adequados
Escolha correta de equipamentos
Uso correto das cores
Correta especificação de luminárias e níveis de iluminamento.
Para reunir diversas possibilidades de atividades em um mesmo espaço e afim de permitir uma total integração entre os edifícios dentro dos Núcleos, foram criados módulos separados com características próprias e que desempenham papeis diferentes, mas não menos importantes dentro de toda a estrutura proposta. A seguir, descrevemos conceitualmente cada um deles, além de orientar em relação às suas dimensões e outras características técnicas que devem estar presentes.
1 – Modulo Quadra Poliesportiva
O modulo da quadra poliesportiva compreende um espaço
de 21x33 metro livre, com altura mínima de
Este espaço foi projetado de maneira a permitir a flexibilidade de seu uso, através da possível divisão do espaço em 3 ou 4 módulos com a instalação de cortinas/redes moveis penduradas na estrutura da cobertura e que podem permitir o uso por grupos e atividades distintas. Assim sendo, ficam possibilitadas diversas atividades:
Futebol de salão
Voleibol
Basquetebol
Handebol
Ginástica
Artes marciais
Danças
Skate
Patinação
Tênis de mesa
Shows
Atividades culturais
Entre outras
A montagem de palcos desmontáveis (praticáveis), pode ser realizada através da junção de estruturas metálicas modulares (1x2 metros) com tablado de madeira, unidas de maneira a comporem um palanque que poder ser colocado numa das extremidades da quadra, permitindo a realização de conferencias, shows e palestras para um maior numero de pessoas.
O acesso ao Modulo da quadra poliesportiva é feito
diretamente pelo Modulo de Serviços, além de poder receber usuários dos Módulos
externos também. Uma porta pivolante de maiores
dimensões (pelo menos 3.5x3.5 metros) deve ser prevista em uma das faces,
permitindo a passagem de equipamentos maiores para dentro da quadra.
O espaço foi projetado de maneira a ser dividido em 4
modulo (vãos), de aproximadamente
Para obtermos um melhor aproveitamento da iluminação natural difusa, recomendamos que a face maior (longitudinal) do edifício, com a sua cobertura no alto (ver cortes sugestivos), esteja voltada para o sul, com tolerância de até 15º em relação a esta orientação. Além disso, a fim de permitir o sistema de ventilação cruzada e a retirada do ar quente interno através do “efeito chaminé”, é recomendado que aberturas (elementos vazados) sejam deixados em faces opostas às aberturas superior, permitindo que o ar quente seja “empurrado” pelo ara renovado que por ali adentra o edifício. Assim, a ventilação do entorno do edifício, de bloqueios naturais de vento e também da predominância da direção e intensidade dos ventos também são fatores a serem estudados, caso a caso, quando da implantação deste Modulo. Deve-se evitar o uso de vidros e esquadrias nestas aberturas, de maneira a minimizar os gastos e a não criar dificuldades na manutenção e limpeza (utilizar elementos vazados disponíveis regionalmente).
2 – Modulo Serviços
O Modulo serviços pose ser considerado como o articulador de todas as atividades dentro do Núcleo, uma vez que concentrada diversos usos e que represente um ponto fundamental de acesso entre todos os Modulo.
Compondo os espaços deste Modulo, destacamos:
Recepção
Administração
Sala para crianças-brinquedos
Copa
Primeiros socorros
Vestiários
Sanitários
Deposito
Salas de múltiplo uso
Estes diversos espaços podem ser acomodados de maneira
distintas dentro deste Modulo, conforme pode ser verificado em cada um dos
exemplos anexos (Plantas Exemplos
O Modulo de Serviços é quem recebe o usuário e por
isso deve permitir uma perfeita interação do mesmo com o novo espaço,
oferecendo conforto na recepção e no hall. O Modulo tem direta conexão com a
quadra poliesportiva e com os Modulo de convivência, recreação e áreas
externas. As atividades aqui desenvolvidas envolvem todos os tipos de usuários,
assim sendo, a resolução de sua planta e a boa distribuição dos espaços são
fundamentais para a boa circulação do Núcleo como um todo.
Recepção
Situada logo no acesso principal ao Modulo, deve ser composta por u balcão aberto a ter anexo um espaço de estar com uma espera para os usuários. Um espaço de aproximadamente 3x3m é recomendado.
Uma sala de aproximadamente 10m² é suficiente para comportar as atividades de operação e gestão do núcleo, devendo ser situada junto à recepção e próxima à entrada do Módulo de serviço. Conforme o caso, recepção e administração podem dividir um mesmo espaço, dependendo do tipo de uso.
Espaço
de aproximadamente 9m², criado para abrigar mães e crianças que queiram
aproveitar a existência de jogos lúdicos e educativos. Localizada próximo ao
acesso e ao hall de entrada e com acesso visual externo.
Com espaço mínimo para abrigar uma bancada com pia, um
armário baixo e um alto, um fogão de duas bocas um forno microondas
(aproximadamente 8m²), a copa deve estar localizada não muito distante das
salas juntas a entrada do Modulo, mas também não distante da quadra, já que
poderá servir como um ponto de distribuição de lanches ou até merendas simples.
Sala simples, com aproximadamente 6m², devendo conter
uma maca e materiais de primeiros socorros (armários), devendo estar localizada
próxima à quadra poliesportiva, de preferência com acesso direto desta.
Localizada adjacente a uma das faces da quadra, o
deposito deve ter facial aceso e poucas limitações interiores para facilitar a
guarda de diversos tipos de equipamentos (traves, bolas, redes, acessórios,
etc.). De preferência, a porta de acesso deve ser tipo basculante, facilitando
a abertura e fechamento, com
Os vestiários e sanitários podem estar localizadas tanto no mesmo espaço como em espaços fisicamente separados, conforme modelos anexos. É preferível que se separem as áreas molhadas de duchas e armários (vestiários) das áreas molhadas com bacias e bancadas, já que estas tem maior utilização do que as primeiras permitindo uma facilidade menor no uso de independência de fluxo de pessoas a estas áreas. O numero de chuveiros, bacias sanitárias, pias e de armários de troca deve sempre ser de função de número de usuários concomitantes do Núcleo. Não deve haver circulação cruzada entre as áreas de chuveiros, sanitários e troca. Geralmente, coloca-se um chuveiro para cada 6 armários de troca. Espelhos são necessários, assim como tomadas elétricas. Podemos sintetizar a recomendações de número de acessórios em:
Cabines dedicadas a deficientes, devendo incluir espaço para troca de roupas
Sanitários fechados: um para cada 15-20 homens e 7-10 mulheres
Mictórios: um para cada 15-20 homens
Pias: uma para cada 15-20 mulheres
Os armários para armazenagem de roupas estão mais bem localizados se dispostos externamente, mas próximos da área de troca e numa rota direta às atividades. Esta localização pode trazer como vantagens a diminuição do vandalismo, os roubos, além de melhorar na flexibilidade do uso dos armários. Um cocho de água deve ser previsto do lado externo desta área, a fim de facilitar o acesso pelos usuários desde as áreas externas e da quadra poliesportiva. Estes espaços devem ter ventilação direta ao exterior com aberturas altas (aprox. 1.80m), devendo ser estanques em relação aos ambientes vizinho (paredes altas ou forro). Área total recomendada de 75m², aproximadamente.
É recomendado que as salas múltiplo
uso estejam próximas à quadra poliesportiva e que possuam divisórias moveis em
seu interior, de maneira a permitir uma maior flexibilidade em seu uso e uma maior
gama de atividades. Acesso visual externo e para a quadra também é recomendado
para estas salas, facilitando a integração entre os ambientes. É recomendado um
forro pelos menos parcialmente acústico para estas salas, melhorando o conforto
do usuário. Cada uma destas salas deve ter aproximadamente 30m² e, quando
abertas devem poder reunir de
3 – Módulo convivência
Este módulo representa a integração dos módulos externos e se caracteriza por aproximar os usuários, como um ponto de encontro dentro do núcleo. Pode ser representado pela presença de mesas e bancos, alem de espaço para refresco, solário, área para “pi-nics” e sanitários externos.
O modulo, por servir de integração externa, deve estar
localizado entre o edifício das quadras poliesportiva e serviços e os outros
diversos módulos externos, especialmente o módulo coberto aberto.
É recomendado que seja prevista uma área cimentada e
coberta, disposta longitudinalmente, de maneira a manter adjacência à maioria
dos demais módulos, e dotado de uma cobertura simples, de pé direito com
aproximadamente 3.5metros e sustentado por estrutura convencional (vão entre 3
e 5 metros-madeira, concreto ou metálica). Sanitários são necessários nesta
área, alem de bancos, mesas, espaço para jogos e até um pequeno deposito.
4 – Modulo Área Cobertura aberta
Este módulo foi criado a fim de permitir um uso livre por parte dos usuários, a praticarem toda e qualquer tipologia de atividade. É um espaço coberto porem não fechado em suas laterais e com piso não permeável, permitindo o uso mesmo em dias de chuva.
O Módulo deve ter acesso direto pelo módulo da quadra poliesportiva,
permitindo total integração com esta e até compartilhamento de atividades, e
também ter proximidade com o módulo de convivência a fim de permitir acesso aos
sanitários ali contidos.
Com uma área estimada de 300m2 (20x15m), a intenção é
aproveitar a própria cobertura da quadra poliesportiva a fim de prolongar a
mesma para cobrir este Modulo, caso seja possível a locação adjacente à quadra.
Caso isso não seja possível, uma cobertura simples, sem forro, de uma ou duas
“águas” deve ser providenciada, criando abrigo necessário para as atividades.
Vão de
5 – Módulo Área aberta livre
Este módulo foi criado a fim de permitir distintas atividades por parte dos usuários. É apenas uma área livre, de área aproximada de 150m2 (10x15) mas não limitada a isso e que oferece possibilidades de atividades como:
Pistas de Skate
Apresentações ao ar livre
Futebol
Queimada
Corrida
Ginástica
Mini-voleibol
Mini-basquetebol
Palestras
Shows
Teatro
Dentre outras...
Acessos
O Modulo deve estar localizado próximo do modulo de convivência e do modulo coberto aberto, já que permite usos conjuntos, dependendo das atividades.
Características
Nenhuma especificação especial é característica deste modulo; apenas deve ser preparada uma área plana, de preferência. No entanto, mesmo uma área de topografia acidentada por ser preparada para receber este modulo, uma vez que declives e degraus podem ser aproveitados para proposta de auditórios ou mesmo rampas para usos diversos. Recomenda-se que o piso seja impermeável e com declives suficiente para remover uma drenagem rápida.
6- Módulo Campo
Neste módulo, foi preparado um campo livre de área ou terra batida, no qual os usuários também tem total liberdade para exercer quaisquer atividades, desde esportes tradicionais até eventos folclóricos.
Acesso
O Modulo campo deve ter acesso direto pelos módulos coberto aberto e modulo livre, a fim de criar um conjunto de três áreas com características não limitadas e que possam compartilhar eventos e atividades comuns.
Características
Uma área de aproximadamente de 15x25 metros ou até maior (total liberdade de área) pode ser disponibilizada para este modulo, não requerendo nenhuma especificação detalhada de materiais ou técnicas limitantes.
7- Modulo Recreação
Este espaço, destinado ao publico infantil e às crianças foi criado para permitir total integração das mães e pais com as instalações, não os deixando fora de atendimento oferecido às outras faixas etárias. As crianças podem desfrutar não só do espaço como também dos equipamentos lúdicos ali instalados.
O Modulo deve estar adjacentes ao modulo de serviços,
possibilitando o contato total visual com este. Alem disso, é interessante
depô-lo também próximo ao modulo da quadra poliesportiva e de convivência. É
possível dispor de mais de um modulo de recreação no Núcleo, caso seja de
interesse dos usuários e caso haja disponibilidade de área.
Com uma área estimada de
8- Áreas Livres
Outras áreas poderão ser reaproveitadas a fim de promover outras atividades; evidente que o aproveitamento de espaços é diretamente ligado à disponibilidade das áreas a serem apresentadas. Áreas verdes, pistas de caminhada, estações de gincanas, áreas de exercícios especificas, entre outras, podem ser disponibilizadas pela direção do Núcleo quando da sua implantação, caso seja possível e acessível à comunidade usuária.
A seguir, demonstramos algumas disposições de implantação dos destintos módulos em terrenos, com as dimensões aproximadas, além de tabela resumo de áreas sugeridas para cada um dos módulos. Evidente que estes são apenas números aproximados, já que o correto dimensionamento de cada módulo e a disposição em cada terrenos são função das ofertas apresentadas por cada Município.
A seguir, demonstramos, anexos, três tipologias dos módulos quadra poliesportiva e módulo serviços, demonstrando algumas maneiras nas quais os espaços podem estar dispostos (lateralmente, adjacente aos fundos, deslocado, etc.), além de cortes e elevações hipotéticas. A integração entre estes dois módulos, dentro de um mesmo edifício, é fundamental para a boa circulação dos usuários e para o sucesso do Núcleo. Mais adiante, seguem também diferentes exemplos de conexão entre estes dois módulos e as tipologias de circulação majoritárias provocadas por cada uma delas.
Muito importante para compor e auxiliar na qualidade de atendimento do Núcleo, os equipamentos a serem implantados dentro das instalações são fundamentais para proporcionar qualidade e durabilidade ao seu uso. Os diferentes tipos de usuários, listamos alguns equipamentos importantes que poderiam ser utilizados em uma quadra poliesportiva flexível e nos serviços, como a que está sendo proposta nos Núcleos.
Tabelas de basquete de piso ou teto
Tabelas de basquete de parede
Colchonetes
Traves de futebol de salão e handebol portáteis com encaixes de piso
Equipamentos de ginástica
Tatames portáteis
Mesas de tênis de mesa
Bolas diversas
Redes divisórias e para os gols
Armários
Espelhos, acessórios de banheiros
Café
Balcão de recepção
Mesas de trabalho
Sofá de espera
Brinquedos
Jogos
Entre outros...
Além disso, diversos outros equipamentos devem ser previstos para as áreas de copa, recepção, administração, sanitários, vestiários, área externa de convivência e na área de recepção infantil.
A seguir faremos uma explicação sobre alguns dos
possíveis materiais a serem utilizados na construção do Núcleo, com as suas
respectivas vantagens e desvantagens, alem de possíveis aplicações de técnicas
construtivas. Sabemos que cada uma delas deve ser submetida localmente a uma
avaliação de custo-benéfico antes de ser efetivamente aprovada.
Estrutura principal e cobertura
A estrutura principal do Modulo Quadra poliesportiva é
um elemento de custo significante, sem benefícios diretos de qualidade aos
usuários. Coberturas planas custam consideravelmente mais que coberturas
inclinadas, possuem maior manutenção e maior tempo de construção. Por esses
motivos, a melhor opção é dotar o Modulo de uma tipologia estrutural que
permita a aplicação de coberturas inclinadas. A dimensão dos vãos mais
econômica para estruturas metálicas gira em torno de
Estruturas pré-moldadas de concreto também podem ser
uma boa opção, além de não descartar sistemas mistos entre madeira e metal,
metal e concreto ou concreto e madeiras, especialmente nas terças e perfis de
sustentação da cobertura. Recomendamos que as partes aparentes da estrutura e
cobertura sejam pintadas de branco a fim de criar um aspecto de limpeza e maior
atratividade ao ambiente,
- Durabilidade
- Desempenho
- Qualidade e
- Segurança
Devem nortear a escolha local do sistema estrutural. Forros modulares suspensos ou mesmo anexos à estrutura não devem ser usados, já que são facilmente danificados.
O aproveitamento da ventilação e da iluminação natural devem ser levados ao extremo nos projetos do Núcleo. Em geral, instalações esportivas sem um sistema de refrigeração e ventilação artificial são edifícios muito quentes e que provocam altas diferenças de temperatura interior, devido a grande inércia térmica e falta de ventilação apropriada. Assim sendo, é extremamente recomendado que as faces norte sejam usadas para iluminação natural e que as faces sul sejam utilizadas para a ventilação natural (estudando os ventos predominantemente da região e bloqueios naturais/artificiais existentes). Para isso, elementos vazados devem ser utilizados ao invés venezianas ou vidros móveis, mais difíceis de serem limpos e mantidos.
Em relação ao material utilizado na cobertura, deve-se ter especial atenção para a não utilização de telhas de zinco, concreto ou fibrocimento simples, sem isolamento, já que provoca o super aquecimento do ambiente interior. Recomenda-se um sistema misto de telhas galvanizadas isoladas ou mesmo um sistema local que possa dispor chapas planas cobertas com material isolante.
As paredes externas dos módulos devem ser dispostas de
maneira a permitirem uma face interna sem interrupções por pilares ou outras
interferências. Apenas uma cor deve ser usada, evitando distração dos usuários
internamente. Blocos de concreto texturizados podem ser uma boa alternativa ou
mesmo blocos de concreto de boa qualidade, desde que pintados com tinta
acrílica resistente interna e externamente.
Outra opção para o revestimento externo é o uso de telhas galvanizadas colocadas na vertical ou horizontal, dependendo da disponibilidade da região e dos custos envolvidos. As paredes internas também devem alinhar custos à manutenção. Caso possível paredes de execução rápida devem ser consideradas, evitando as massas e gastos com revestimentos, tais como gesso acartonado e blocos cerâmicos. Todas as paredes devem receber revestimentos com pintura acrílica afim de tornar mais durável e resistente ao uso, além dificultar o acumulo de poeira e sujeira. A resistências das paredes a impactos também é um item a ser levado em conta, tendo em vistas o atendimento a ser ali desenvolvida. Quinas vivas a 90graus devem ser evitadas, assim como portas alinhadas com a face interna das paredes da quadra, evitando que os itens como maçanetas e pinos possa pôr em risco a segurança dos usuários.
O piso de qualquer espaço esportivo e lazer é um elemento
critico no sentido de promover um local confortável e seguro para os usuários.
No entanto, em se tratando de multiplicidade de funções, alguns pisos
certamente passam a ser mais duráveis e benéficos do que outros, especialmente
para a quadra poliesportiva. Infelizmente no Brasil ainda não existam normas de
aplicação para absorção de impactos de pisos esportivos, alo comum nos paises
desenvolvidos. Assim sendo, estes pisos, tais como os sintéticos à base de
borracha vinilada e os de madeira composto ou simples
ainda possuem preços pouco acessíveis para o uso que desejamos.
Assim sendo, recomendamos a aplicação de um piso regularizado de cimento, aplicando sobre uma superfície plana e horizontal, uniforme (com declividade nas áreas externas para facilitar a drenagem em torno de 0.5%) e pintado com tinta à base de borracha, a fim de minimizar um pouco os impactos. A pintura deve seguir os padrões apresentados abaixo e as cores também são importantes para a distinção das modalidades. A possibilidade de demarcação de faixas provisórias deve ser efetuada de acordo com cada Município, segundo a sua necessidade local.
Os pisos das áreas de recepção e administração, assim como das circulações podem ser apenas cimentados, desde que bem desempenados e, se possível, com aplicação de verniz a fim de não acumular poeira. Nas demais áreas externas, seguir a mesma especificação corretas dada à circulação (cimentada com verniz).
Vestiários e Sanitários
Uma das maiores queixas de usuários de instalações esportivas é uma relação às condições de uso dos vestiários e sanitários, em geral. Um bom detalhamento e especificações corretas podem prevenir diversos problemas de manutenção, operação e vandalismo.
É mandatoria a especificação de cerâmica anti derrapante nos pisos. Um tom de creme ou bege claro pode ser mais atraente que o branco, muitas vezes. Azulejos brancos nas paredes dão um aspecto d limpeza e são facilmente limpos. Leva-los até a altura final da cobertura, caso esta não seja muito alta, pode ser uma solução mais agradável do que termina-los a uma altura de 2,20m, o que provoca uma falsa economia e um aspecto de inacabado. Aberturas são necessárias no sentido de permitir as trocas de ar; no entanto acabam facilitando o vandalismo. Uma mescla de elementos vazados e aberturas em chicanes podem ser a solução, neste caso.
A consideração de uso de bacias turcas e sistemas de economia de uso de água com metais e acessórios que permitam o fechamento automático ou o uso limitado de quantidades de água podem ser uma alternativa, caso o vandalismo seja efetivamente um problema no local. Ao mesmo tempo, as portas devem ter suas aberturas com molas, evitando o uso de maçanetas e trincos.
Portas e esquadrias
Em se tratando de fechamentos (portas e janelas), é recomendado que se faça uma ligação direta entre a necessidade de segurança e as características da região. Portas metálicas, desde que executadas em chapa galvanizada e pintadas são melhores para acessos diretos dede o exterior. Vidros em tamanhos pequenos também podem estar presentes em portas externas (do modulo de serviços), evitando grandes áreas vulneráveis. Para o modulo da quadra poliesportiva, uma porta maior pivolante é necessária para acessos de equipamentos maiores. Para as demais áreas portas de madeira, desde que devidamente tratadas, lixadas e, se possível, pi8ntadas, são uma ótima opção. Possíveis aberturas venezianas nestas portas podem auxiliar na ventilação do ambiente.
As janelas das salas múltiplo uso, assim como das salas de trabalho devem permitir aberturas pequenas; assim sendo, as de correr parecem ter o melhor custo-beneficio. Todas as esquadras externas devem ser tratadas contra a corrosão, caso sejam de ferro e contra as intempéries, empenas e cupins, caso sejam de madeira.
Iluminação
A utilização de diferentes tipos de iluminação não tem muito impacto direto nos custos das instalações. A partir do momento em que estamos dando bastante importância à iluminação natural, nossa idéia é evitar, ao máximo, a utilização das lâmpadas artificiais. O nível de Iluminação requerido dentro das áreas pode ser sintetizado em:
§ Quadra poliesportiva: 1.000 lux
§ Salas multi uso e de trabalho: 500 lux
§ Áreas de serviços: 300 lux
Lâmpadas fluorescentes tem sido tradicionalmente utilizadas em áreas esportivas promovendo certa economia de uso. Num espaço de 21x33m acreditamos que aproximadamente 7 ou 8 conjuntos por linha podem ser usadas, dando um total de 40 luminárias. A grande desvantagem das lâmpadas fluorescentes é a sua aparência fria de cor, o que também prejudica os reflexos dos objetos, facilitando a perda de noção de distancia do usuário.
O grande avanço, atualmente em termos de iluminação de espaços fechados e abertos é o desenvolvimento das lâmpadas de vapor de sódio. As lâmpadas atuais proporcionam ambiente mais aconchegante, do que as vapores de mercúrio ou metálicas, além de terem pouca manutenção, ao contrario das fluorescentes. No caso dos outros ambientes , ideal é utilizar lâmpadas fluorescentes com temperaturas de cor mais amarelas com luminárias de alto rendimento, especialmente nas áreas onde houver uso recreativo e de trabalho. No caso dos vestiários, as lâmpadas de aparência branca podem ser utilizadas sem problemas.
Instalações complementares
Água
Será necessária a construção ou instalação de uma caixa de d’água que alimente o modulo de serviços e a quadra, além de permitir distribuição para os módulos de convivência e outros pontos espalhados pelo núcleo. A distribuição da água é muito importante e contribui para facilitar os trabalhos de manutenção. Os chuveiros devem possuir água quente a ser utilizado no inverno, especialmente para as regiões frias. Para isso, ao longo do tempo, a solução do aquecimento com energia elétrica (acumuladores) ou solar (ou mista) pode ser uma boa solução, especialmente nas regiões mais ensolaradas, como Norte e Nordeste. Uma consulta local deve nortear este partido de projeto. Esta instalação evita maiores riscos elétricos e também altos custos de manutenção de peças, concentrando a atenção em apenas um equipamento e não em vários distribuídos.
Em relação à energia, quadros de entrada separados por módulos devem ser previstos em cada um deles, além de um comando central localizado próximo à administração. Postes com iluminação externa para os campos também devem ser previstos, pesquisando-se o melhor custo-beneficio para cada um dos locais.
É importante lembrar que a compatibilidade de toda as disciplinas no projeto, antes do inicio da obra, no sentido de promover todas as discussões possíveis para total integração dos projetos é do ponto determinante na economia final dos trabalhadores de obra e nos custos planejados. Caso contrario, dificilmente o orçamento inicial será cumprido conforme o planejado.
Conclusões
Quando se trata de construirmos edificações com custos muito limitados, é essencial investir recursos em áreas nas quais o retorno é maior para o usuário, especialmente em termos de qualidade de uso e visual das instalações. As instalações esportivas, recreativas e de lazer devem ser tratadas de maneira simples, suficiente para atingir os requerimentos práticos dos usuários e de promover a durabilidade, além do conforto e segurança.
Quando estes espaços também são utilizados para outras atividades, ampliando o leque de usuários, os acabamentos e os requerimentos de qualidade passam a ser ainda mais importantes, podendo provocar até uma recusa dos usuários em relação àquela instalação/equipamento.
É recomendado que quando se realize um projeto detalhado de um Núcleo do Esporte e Lazer com um orçamento limitado, os usuários possam ser ouvidos no sentido de pelo menos orientar as diretrizes básicas de projeto. Algumas premissas básicas devem nortear os projetos no sentido de trazer os usuários para dentro do Núcleo, facilitando a sua operação e auxiliando na durabilidade das edificações, sobretudo.
Estas incluem:
§ Boa comunicação visual externa iluminada
§ Identificação forte da entrada do Núcleo, se possível abrigada da chuva
§ Uma recepção aconchegante e iluminada, com possibilidade de uma sala de espera
§ Boa comunicação visual interna
§ Áreas sociais e de convivência confortáveis e bem acabadas
§ Áreas de serviços, sanitários e vestiários bem acabadas
Tais detalhes fazem toda a diferença nos projetos e demonstram respeito ao usuário no sentido de valorizar as instalações e os investimentos ali empregados.